O governo do Ceará vai instalar no litoral de Fortaleza uma unidade de dessalinização da água do mar para complementar o atendimento à população. O plano é que, até 2020, parte dos habitantes da cidade passe a matar a sede bebendo água do mar. A meta do governo é de que a água retirada do Oceano Atlântico atenda pelo menos 720 mil habitantes de Fortaleza. A capital consome hoje cerca 8 m³ de água por segundo. A planta de dessalinização tem projeção de entregar 1 m³ de água tratada por segundo, o equivalente a 12% do consumo na cidade.
Até maio, o Estado vai receber dois estudos técnicos sobre o projeto, que tem orçamento estimado em cerca de R$ 500 milhões. Uma empresa sul-coreana e outra espanhola foram escolhidas no fim de 2017 para apresentar propostas de engenharia, com indicação do melhor modelo tecnológico para retirar o sal da água e o melhor local para sua instalação.
Experiências internacionais apontam que cada metro cúbico de água dessalinizada teria um custo médio de U$ 1 (cerca de R$ 3,31). Hoje, o valor médio praticado pela Cagece para tratar cada metro cúbico de água doce é de cerca de R$ 3, segundo Francisco Teixeira.
Pelo menos 150 países utilizam processos de dessalinização para produzir água potável, segundo estimativa mais recente da Associação Internacional de Dessalinização. Entre as nações que mais exploram a técnica estão países desérticos ou com dificuldades em oferecer abastecimento regular para a sua população, como os do Oriente Médio e os do norte da África. Países desenvolvidos, como Austrália, também têm centros de dessalinização. Um dos líderes nessa tecnologia é Israel, onde cerca de 80% da água potável consumida pela população é proveniente do mar.
Atualmente, cerca de 300 milhões de pessoas no mundo dependem de água dessalinizada para algumas ou todas as suas necessidades. Ainda de acordo com a associação, já são mais de 18 mil usinas em todo o mundo capazes de dessalinizar a água do mar. Juntas, elas geram 86,8 milhões de metros cúbicos de água por dia.