O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, na noite de quarta-feira (14) , no Rio de Janeiro, ganhou repercussão nacional e internacional e aumentou a pressão sobre o trabalho de intervenção na segurança pública do Rio, comandada pelo Exército. Integrantes da cúpula da intervenção federal consideram a ação criminosa contra uma autoridade, com potencial de repercussão política e social, uma afronta ao trabalho dos militares do Exército.
Oficialmente, o general Braga Netto, comandante da intervenção federal, evitou se expor. Limitou-se a divulgar nota dizendo repudiar ações criminosas e informar que está monitorando a investigação. Já o presidente Temer usou a expressão “extrema covardia” ao se referir ao assassinato da vereadora e disse que ele “não ficará impune”. “É um verdadeiro atentado ao Estado de Direito e à democracia.” Decretada pelo presidente Michel Temer (MDB) com a justificativa de frear a escalada da violência, a intervenção completa um mês nesta sexta-feira (16). No primeiro mês da intervenção, militares do Exército fizeram mais de 10 operações em diversas comunidades.
O presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, disse, depois de um encontro com Braga Netto, que a morte de Marielle pode ser uma reação “dos setores corruptos” da segurança pública contra a intervenção. “É óbvio que quando se mexe em estruturas consolidadas da segurança pública pode haver uma reação.”
Nascida e criada no complexo de favelas da Maré e crítica frequente da violência policial em áreas pobres, a vereadora levou 4 tiros na cabeça quando voltava de um evento. Nada foi roubado, e os criminosos fugiram. O motorista levou 3 tiros, e uma assessora sobreviveu. A principal hipótese dos investigadores é de crime premeditado. Com informações do Jornal Folha de São Paulo