A Bahia pode ganhar uma unidade de pesquisa e produção de medicamentos a base da maconha. A Cannab, uma associação de pesquisa e desenvolvimento da Cannabis medicinal, entrou com uma liminar junto à Justiça Federal pedindo autorização para produzir a planta com o objetivo de extrair um óleo para a produção dos remédios CBD e THC.
Caso obtenha decisão favorável, a organização sem fins lucrativos, criada na capital baiana em 2017 com o intuito de apoiar e dar suporte a pessoas que precisam do CBD e THC, vai poder produzir medicamentos. Com cerca de 300 pacientes em seu cadastro a Cannab quer produzir medicação que ajuda no tratamentos de paceintes, crianças e adultos, com microcefalia, autismo, estado epiléptico refratário, entre outras doenças.
Tratamento caro e ainda com muito preconceito por médicos e desconhecimento da população, medicamentos a base de maconha precisa de mais visibilidade, diz Leandro Stelitano, presidente da Cannab ."São poucos médicos que prescrevem aqui na Bahia - ou por desconhecimento de causa ou por preconceito - e os que prescrevem tem a consulta muito cara. Não atende o que a gente está buscando, que são pacientes de baixa renda".
A Anvisa libera o uso do CBD e do THC, mas só o importado. Segundo o dirigente da Cannab, cada frasco de medicamento importado custa entre R$ 1,2 mil e R$ 1,5 mil. Com a autorização, ele estima que a Cannab poderá produzir o mesmo remédio em Salvador por um valor que fica entre R$ 180 e R$ 200.