O trecho de um poema do escritor, advogado e poeta baiano Gregório de Matos, que viveu no século 17 (1636/1696) serve como reforço da representação protocolada pelos partidos Psol e Rede contra o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Do poema Epigrama, representação lembra a usura, a vergonha e a desonra.
"O que falta nesta cidade?...Verdade
Que mais por sua desonra?...Honra
Falta mais que se lhe ponha...Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste socrócio?...Negócio
Quem causa tal perdição?...Ambição
E o maior desta loucura?...Usura."
Na representação, os partidos lembram que Lúcio Vieira, o irmão Geddel e a mãe Marluce teriam se associado para "cometer crimes de ocultação de origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de cifras milionárias de dinheiro vivo proveniente de infrações penais anteriores". O recebimento de R$ 1,7 milhão da Odebrecht, e a suposta apropriação de até 80% dos salários de assessorres também constam da representação.
Investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento ligado ao seu irmão Geddel Vieira Lima no bairro da Graça, em Salvador, Lucio vai enfrentaro colegiado presidido pelo também deputado baianao Elmar Nascimento (DEM). O processo por suposta quebra de decoro parlamentar do congressista será instaurado nesta terça-feira.